Apenas Nana

10 de dezembro de 2007

Ainda sobre SIDARTA...

Há alguns dias atrás (29/11/2007) escrevi sobre o amor e como o sentimos. Lembro-me que conclui que antes de amarmos tal coisa e tal ser, precisamos ter este sentimento dentro de nós. O amor precisa estar em nós.

Acabo de ler SIDARTA, e numa passagem em que Sidarta e Kamala conversam sobre o amor ela diz que ele não ama ninguém, uma vez que os ensinamentos dos tempos de Samanas; aquela “liberdade” e o “desprendimento” adquirido com seus mestres, tenha entrado nele, nunca sairia...
E ele responde que ela também não ama ninguém, haja vista, que se ela amasse não dominaria a arte do Amor.
E ela dominava!
Pois bem, eu chego a seguinte conclusão: que a minha verdade (?) e a verdade de Kamala (a arte de dominar o amor) são duas estradas muito próximas. Ligadas por uma ponte curta e estreita, chamada Vaidade.
Quando você tem o amor dentro de você, fica muito fácil amar a tudo e todos, respeitando suas particularidades, obviamente. E então você é uma pessoa amável. E fica muito fácil você se tornar uma pessoa apaixonante aos olhos dos outros.
É aí que fica a ponte...
Se você possui o equilíbrio necessário, não há mal nenhum.
Mas se você não o tem... A vaidade, que acredito ser a Mãe de todos os pecados e vícios, te leva ao outro lado do rio. Porque aí, cheio de vaidade você, de modo imperceptível, passa a dominar a arte de amar, deixando dessa maneira de sentir e possuir este belo sentimento.

Sidarta ia em busca de sua verdade, de seu Eu, e até encontrou. Mas talvez tenha havido chances de encontrá-la muito mais cedo. E deixou escapá-la entre seus dedos, porque foi fisgado pela vaidade e ambição de ter posses e tudo que a estupidez pôde lhe dar. Sidarta tinha a essência de amar o amor livre e sem amarras, mas ainda não o possuía dentro de si. Ele poderia ter amado de acordo com seus ensinamentos Samanas, mas deixou a vaidade entrar...
Devemos, portanto amar sob os ensinos Samanas, e sem a vaidade humana.

-x-x-x-

Hoje eu nem ia comentar sobre o Amor segundo Sidarta, de tão tomada que estou pela cólera...
Mas percebi que a melhor forma de esquecer os aborrecimentos com pessoas estúpidas seria justamente falar sobre Amor.
Hoje de forma alguma posso deixar de fazer minha prece antes de dormir, pois preciso reencontrar a Paz.