4 de junho de 2009

O Twitter e as redes sociais efêmeras

O Twitter é um iceberg desgovernado pilotado por um mamute míope, mas tem uma qualidade peculiar: é uma rede social diferente na estrutura, na mecânica e nos vínculos que unem seus membros.
A rede muda o tempo todo, como blocos de gelo se movendo sobre o mar gelado. Nesse sentido, o Twitter é a ponta de outro iceberg que esse organismo vivo e mutante que é a internet se prepara para jogar sobre nossas cabeças.

Não porque inaugura a era das conversas, idéias, discussões e manifestos em 140 caracteres (nunca imaginei que coubesse tanta coisa em tão poucas letras). Nem porque revela novos formadores de opinião e deliciosos usuários fake (o Oscar do Twitter para o @darthvader, por favor).

Na verdade, é por tudo isso que o Twitter é um iceberg desgovernado pilotado por um mamute míope, mas sobretudo por uma característica peculiar: ele é uma rede social diferente em sua estrutura, em sua mecânica e nos vínculos que unem seus membros. Pois vejamos:
É unilateral

Ao contrário das redes sociais convencionais, o vínculo de amizade no Twitter é fraco. Para começar, não se pede autorização para se seguir alguém. Você segue, e ponto. Nem escolhe quem vai segui-lo, embora ainda possa bloquear pessoas. Isso muda tudo. Primeiro porque não há tantos escrúpulos em se deixar de seguir alguém. Excluir alguém de seu Orkut é dramático. Rende até música. É quase como rasgar fotos ou arranhar o vinil do Odair José do outro. “Desseguir” alguém no Twitter é normal.

Ainda por ser unilateral, cria figuras diferentes. No lugar dos dois extremos (solitário e popular), temos as diferentes gradações. Tem os seguidores natos, que praticamente ouvem e nada criam. Há os formadores de opinião, com poucos seguidos e milhares de seguidores. E há os neutros, onde boa parte dos seguidores na verdade estão retribuindo a gentileza de serem seguidos. No mundo das redes sociais, onde status é a moeda corrente, isso muda tudo.
É totalmente estruturada em seus membros

Não existe um portão da comunidade entre o público externo e seus membros. O sentimento de que se está “dentro do Twitter” é diferente de o sentimento de se estar “dentro do Orkut”. Além disso, sua extrema simplicidade difere do ambiente cada vez mais repleto de aplicativos das redes sociais convencionais. Ele é simples e direto.
É uma rede efêmera

Esse é um dos pontos que mais me fascinam e em que mais aposto no longo prazo. O uso das tags (palavras iniciadas com #) permite que comunidades se formem de forma instantânea e efêmera enquanto o assunto (um evento, um meme, uma pessoa) estiver em voga. É o que acontece durante transmissões esportivas, por exemplo.

Usando a busca do próprio Twitter (o antigo Summize) ou outras ferramentas, os usuários iniciam um diálogo “maluco” onde não há um interlocutor definido. É como se ilustres desconhecidos subissem em seus telhados e gritassem com megafones frases sobre um assunto específico. E eles ouvirão uns aos outros, falarão ao mesmo tempo e, com boa vontade, vão acabar se entendendo.

Em nenhum momento eles necessariamente estabelecem vínculos entre si (amizades), nem com o tema (comunidades). Quando o assunto morre, cada um desce de seu telhado e a rede se desfaz.

O que ficam são os seguidos e seguidores que podem se formar e o histórico da conversa, publicado nas páginas de cada participante. Mas, salvo na busca pela tag, isso permanece de forma totalmente dispersa. Para quem olha a parte, e não o todo, há apenas fragmentos sem sentido completo.

Isso tem grande impacto em como entendemos as redes sociais, os papéis das comunidades e especialmente em como quantificamos isso em nossos sistemas de mensuração. Que métricas precisaremos desenvolver para capturar isso?

O Twitter não é o fim. Mas ele é um modelo para as redes sociais do futuro que, no rastro da abertura permitida pelas APIs de integração inter-redes, serão cada vez mais abertas, transparentes, multiplataformas e efêmeras. Redes sociais sem muros nem membros, mas com milhares de construtores.

É fascinante esse mundo onde o chão é sólido como gelo. Que nosso mamute míope não encontre muitas baleias em seu caminho.
 

8 comentários:

  1. Li o texto atentamente, mas confesso que não entendi nada.Talvez por que ainda não me interessei pelo assunto, por falta tempo talvez.O máximo que consigo é o meu bloguinho e olhe lá.

    Beijão pra você lindona, to com saudade!

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  2. Amigão, vc tá com saudade da Du ou de mim???

    rsrs...
    Beijos

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  3. Ai, enfim uma boa explicação! sempre me perguntam e eu nunca sei o que dizer! =P

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  4. Boa explicação mesmo, rs...
    Só quem usa sabe o que é, ou nem sabe, rsrs... até agora eu não entendi porque estou lá, mas eu acho 140 caracteres pouco, rsrsrsrsrs..

    Beeeijos, Naninha!!!!
    Beijos, Du

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  5. Ainda não me pluguei no Twiter , mas acho que todo tipo de inovação requer um tempo pra a aprática e para o saber usar numa boa! assim como orkut e etcs..excelente post...abs,leandro

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  6. oi Nana!! tudo bom??? então, me loguei no twitter... e odiei!! nunca consigo escrever nada e quando quero, só com 140 caracteres??? o que é isso, é uma escola de "VC", "Q", "Ñ", etc.? fala sério, não gostei dessa limitação... vendiam que a internet é livre, agorabloqueiam... não gosto.

    abraço.

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  7. Não fiz twiter mas tudo virtual é novo e depois fica velho esem envelhecer tvz estajamos tods meio que assim , hoje em dia...rs abs, leandro

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  8. EU QUERO TWITTER POQUE VEJO MUITA PUBLICIDADE...
    SEI QUE É UM PASSARO
    MAS NÃO SEI COMO TEREI ESTE PASSARO
    MANDE DIGAS PARA O MEU ENDEREÇO ELETRONICO.OK?
    marisia_mar@yahoo.com
    Obrigada
    marísia

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