O PSICOTÉCNICO

9 de abril de 2008

O PSICOTÉCNICO

Depois do post anterior e desse post Aqui onde revelo minhas manias, corro o sério risco de perder toda credibilidade que um dia poderia vir a ter, mas vou contar um segredo que até essa semana nem minha mãe sabia. Mas agora que ela já sabe e que descobri que não sou a única, fico mais aliviada e segura para divulgar meu problema.

Estava eu tranqüilamente assistindo aquele programa de roupa feminina apertada , em que a Maitê Proença, Betty Lago, Márcia Tiburi, ficam se esgoelando e a Mônica Waldogel tentando por ordem no terreiro, quando a Mônica faz uma revelação:
Em 1981 ela participou de uma seleção para entrar na TV Globo. Ela passou na 1ª fase, ficou super contente mas zerou na 2ª fase do processo seletivo. O que era a ‘2ª fase’? Um teste psicotécnico!
E tem mais, ela nunca mais na vida foi avaliada psicologicamente.
Claro que anos depois desse episódio lamentável ela foi trabalhar na TV Globo a convite e tal... Onde sua carreira, digamos assim, decolou.
Aí você se pergunta o porquê da Luciana está contando isso. Eu respondo: Por que eu NUNCA passei num psicotécnico na minha vida e me sentia a pior pessoa do Mundo, a mais burra, a mais seque lada e tudo mais que você imaginar de ruim e triste. Até ouvir esse relato.
Gente é serio, eu tenho até vergonha de admitir isso, mas nunca passei. O primeiro que eu fiz em 2000, coisa besta sabe? Um cursinho bobo de secretária... De 10 questões, eu errei... As 10!
Aí quando tava na faculdade a professora de psicologia fez um também. Eu acertei uma. Fiquei com tanta vergonha que só apareci pra aula dela umas 3 aulas depois.
Assim, eu me sinto um caso perdido mesmo. Seleção pra emprego é danada pra ter essas coisas né? Isso explica tantos meses de desemprego...Os dois únicos empregos que tive, só consegui por meio de amigos.
Quando alguém vem me contar de algum teste que fez e passou e comentar como foi e tal... Eu fico só imaginando... “Putz se fosse eu teria errado”.

Pode parecer engraçado, mas né não. Eu fico desiludida quando percebo que terei que fazer um testezinho desse.
Carteira de Motorista, por exemplo, eu não tenho dúvidas que passo fácil na prova teórica e prática... Mas no psicotécnico...
E, poxa, eu não sou tão maluca, nem tão burra assim. Eu sei que tem horas que eu passo a imagem de louquinha, mas juro que não sou. Nos dois empregos que tive, até hoje sou exemplo. As pessoas ficavam abismadas pela forma como eu ‘pegava’ o serviço rápido. Nunca fui CDF na escola, mas tirava boas notas (não inclua nisso aí Matemática e afins, ta?).
O fato é que hoje isso já se tornou um problema difícil de administrar. Virou trauma mesmo.

Não vamos discutir a competência ou não da Mônica Waldvogel, mas você acha que ela merecia ser reprovada naquele teste? Ela disse que na hora ficava imaginando o que o psicólogo esperava nas respostas e aí você vai falar que o problema foi justamente esse. Mas quem não fica imaginando qual a resposta ‘certa’?
Tem gente que fica tão nervoso e ansioso que erra tudo e aí você pensa que se a pessoa é tão frágil emocionalmente não serve mesmo pro emprego, ou seja, lá o que for. Ta certo, mas e as pessoas que já ficaram traumatizadas como é o meu caso (hoje em dia)? Ou que têm medo de tal avaliação?
Eu realmente não sei o que acontece comigo, a causa sei lá... só sei que não tenho sucesso em testes que me avaliem.

Isso já me afetou tanto que só quando vi a Mônica confessando, tive coragem de contar pra minha mãe.
É... de repente eu precise mesmo de um psicólogo.