Plano A e Plano B

4 de agosto de 2008

Plano A e Plano B

Quando tudo dá errado, qual seu Plano B?
Todos nós temos um plano de vida, um planejamento, uma linha traçando nosso caminho, ou pelo menos tentando. Mas e quando este caminho por alguma razão que independa da nossa vontade, muda? O que fazer?
Por exemplo, tem gente que deposita todas as fichas no casamento, ou nos filhos ou no trabalho ou em qualquer outra coisa até mesmo, religião. E quando aquilo a que tanto se dedica foge das suas mãos ela fica sem chão, sem direção, sem plano B.

A mulher, ou homem que dedica todo seu tempo ao relacionamento afetivo sem outras motivações na vida e de repente este companheiro abandona o barco deixando o outro remando sozinho, é comum a desorientação. Ou mesmo aquele que dedicou sua vida ao Lar Doce Lar de comercial de margarina com filhos e marido e cachorros e o companheiro largou tudo por um motivo qualquer. Por onde recomeçar? A pessoa que só via e vivia para o trabalho e metas e de repente perde o emprego fica desorientada quando percebe que esqueceu do Plano B que poderia ser o de formar uma família, por exemplo.

Já presenciei uma situação onde a pessoa depositou todas as expectativas de vida no emprego, um ótimo emprego por sinal como engenheiro químico da Petrobrás e depois de anos e mais anos(não lembro com exatidão os anos), foi demitido. Sua frustração foi tão grande que mesmo com o apoio familiar não conseguiu até hoje se recuperar do golpe e já se passaram mais de 10 anos que isso ocorreu. Depois da demissão, tudo começou a desandar com a esposa e filhos. Talvez por que a viga da vida dele fosse o trabalho e não a família. Ele não tinha um plano B.

Minha prima, hoje com 46 anos nunca gostou da idéia de dividir seu espaço com outra pessoa, sempre deixou uma futura vida conjugal em segundo plano e veja bem, “segundo plano” é bem diferente de “plano B”. Aos 38 anos percebeu que não tinha feito nada da vida, não tinha um companheiro, não tinha filhos, não tinha irmãos. Estava sozinha. O tempo passara entre farras e falsas alegrias aos fins de semana e responsabilidade com o emprego. E só. Atentando para sua situação de solidão, correu para a produção independente e hoje tem no filho, seu grande companheiro e sentido de vida. Bem, ela não tinha um plano B, mas tratou de consegui-lo.

Quantas vezes não ouvimos comentários do tipo “Coitado, perdeu tudo!”, “Viu o que dá a pessoa viver sozinho?”, “E agora que será da vida dele sem os filhos?”. Alguns de nós temos o triste hábito de depositar todas as fichas em apenas um departamento. Ou casamento, ou filhos, ou etc... Isso é um erro. Devemos dividir as fichas igualmente. Não podemos sustentar nossa vida numa única coluna. É peso demais. Sem falar que tudo na vida está sujeito ao fracasso, ao inesperado. Sem querer ser pessimista, mas precisamos lembrar do risco da perda.

Sim, meu plano A já deu errado e não tinha plano B. E ainda hoje não tenho certeza se consegui sequer refazer o Plano A da minha vida, o que me deixa numa posição muito mais delicada.

Meus amigos, não sou dona da verdade, mas digo-vos que, mulher, marido, filhos, emprego, religião, projetos pessoais, financeiros e profissionais... Um não pode ser maior que o outro. Nada pode ser mais prioridade que outro. Distribua sua vida em vigas do mesmo tamanho, com a mesma estrutura. Nós não somos “um único projeto”. Nós somos a “união de vários projetos”.

E você? Já tem seu Plano B?



Ótima Semana à todos.
Beijos