O que me Prende e o que me Solta

4 de março de 2010

O que me Prende e o que me Solta

O que me prende são as verdades, os amigos sinceros, as boas conversas, um dia lindo de Sol ou tranquilo de chuva, frio e chocolate quente debaixo da coberta, as gargalhadas. A verdade que dói.

O que me solta é a hipocrisia, os exageros, os sorrisos falsos, a tirania, as imposições e as dores nas costas. A mentira que consola.

O que me prende é o abraço dele, os olhares de amor, de calma e loucura; a cerveja, a água de côco a Coca-Cola estupidamente gelada e o sabor gostoso.

O que me solta  é a arrogância, o moralismo, a petulância de quem se acha  melhor. A roupa apertada e a vontade de não engordar.

O que me prende é a minha casa, meus cachorros, meu amor, minha Paz. Minhas lembranças, minha infância, adolescência e amores vividos e esquecidos. O samba, o forró, as diferenças... Me amarram.

O que me solta é a tentativa de invadir espaços que não autorizei, é tomar decisões que eu não tomei. Calar quando a única saída é Gritar!

As brincadeiras de criança quando já se é adulto, os palavrões ditos automaticamente, os suor de dois corpos, o café da manhã a dois, a piada nem sempre engraçada na hora certa, a vitória do seu time, as músicas, o perfume de alguém, a sabedoria dos mais velhos são exemplos das minhas prisões.

Tudo que é bom, prende. Tudo que é ruim, solta.

Eu levo a vida me soltando de tudo que quer me prender e me prendendo a tudo que valha a pena.

Luciana Alcântara