2 de maio de 2010

Adoção é Doação por Fábio Santos

"As pessoas que são contra a adoção por casais gays têm o coração mais duro do que a cabeça."

Algumas pessoas se manifestaram violentamente contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça que, na prática, legalizou a adoção de crianças por casais gays. Quem quer que pense assim sofre não apenas de preconceito contra homossexuais, mas principalmente de ignorância sobre o que é viver num orfanato. É gente cujo coração é mais duro que a cabeça.

O principal argumento desse pessoal é dizer que a condição sexual dos pais adotivos poderia influenciar os filhos. É inegável que crianças criadas por pais do mesmo sexo têm um aspecto da vida sobre o qual terão de dar mais explicações. Basta, porém, orientação e cuidado paterno para que esse desafio seja ultrapassado. Tenho certeza de que tais dificuldades são muito menores do que viver num orfanato e ser tratado como um número, à espera de tornar-se um indivíduo.

Mas a turma do contra não se refere apenas aos problemas que a criança enfrentará diante dos outros. O ponto de boa parte dessa turma é que os filhos poderiam ser levados a também serem gays por conta do exemplo dos pais. Ai, quanta estupidez! Ninguém nasce heterossexual e vira homossexual. Homossexualidade "não pega", não é uma opção, é uma realidade natural. Também não existe essa história de "curar" gays. Há, sim, pessoas que evitam viver a própria homossexualidade, mas jamais abandonam essa condição, mesmo quando são casados e têm filhos. Mas essas, em geral, são pessoas infelizes consigo próprias e que eventualmente acabam não resistindo a seus próprios desejos.

Há os que argumentam que a homossexualidade é contra a natureza. Bem, se é antinatural, por que ocorre entre vários mamíferos e aves? Outros lembram que a Bíblia condena o sexo homossexual. A esses pergunto: você vive exatamente como determinam os autores bíblicos? Duvido. Ou ainda: a mensagem do Novo Testamento não é a do amor universal? Por que excluir os gays desse universo? Por que excluí-los da possibilidade de ter e amar seus filhos? Eis aí o fundamental: o amor. Adoção é doação. Claro que quem adota busca satisfazer o desejo de ser pai ou mãe. Mas não há nenhum egoísmo aí. Esse é o desejo de atender o outro, ajudá-lo, amá-lo.

Hoje há cerca de 80 mil crianças vivendo em abrigos e orfanatos no país. Dessas, infelizmente, apenas alguma coisa entre 4 mil e 8 mil pode ser adotada. Mesmo assim, por diversos motivos, muitas são deixadas para trás. É nelas que se deve pensar.
 

 Li este artigo no jornal impresso Destak - Rio  e achei muito apropriado divulgá-lo.

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